Sempre soube que seria mãe. De no mínimo 3 filhos. Mas nunca, nem nos meus maiores delírios, me imaginei com 5 filhos.
Sempre desejei ter filhos, desejei cada um deles, mas nunca os planejei porque não costumo planejar nada em minha vida, quando muito, o que farei amanhã, mas a longo prazo não consigo, prefiro deixar ao acaso, deixo a vida me levar.
A maternidade aconteceu pra mim aos 17 anos, quando nasceu o Allyson, hoje com quase 23 anos. Eu havia ajudado a cuidar dos meus irmãos menores e trabalhei em creches. Sabia trocar fraldas, dar banho, preparar mamadeiras e papinhas, tinha conhecimento de primeiros socorros e conhecia algumas cantigas de ninar, achava que estava pronta pra ser mãe. Só descobri na prática que ser mãe é bem mais que isso. Aprendi no métodotentativa-e-erro (com muitos erros) o que era ser mãe. Ainda estou aprendendo.
Algum tempo depois, conheci o homem que viria a ser meu marido e pai das minhas outras 4 filhas. Nos mudamos para o interior e começamos uma vida, construimos uma família.
Quando fiquei grávida da Yasmin, hoje com 15 anos, tive muito medo de não ser capaz de ama-la tanto quanto amava meu primeiro filho. Foi aí que descobri que amor de mãe, quanto mais a gente divide mais se multiplica.
Depois de 12 anos vivendo junto com o marido, decidimos nos casar pra valer. Foi um momento importante pra nossa vida. Nosso compromisso, já firmado anos antes, agora era real e palpável também para as nossas famílias e amigos.
Tres meses depois do casamento, adoeci gravemente. O diagnóstico: Esclerose Múltipla. Entre tantas dúvidas que surgiram, quis saber se poderia ter o terceiro filho que desejava. Com a resposta positiva do médico e passado o período mais crítico, parei de evitar, mas só fui ficar grávida anos mais tarde.
Desejava mais um filho, não estava evitando, mas foi com surpresa e susto que descobri a gravidez. Susto que aumentou muito no 5º mês quando descobri que esperava gêmeas. Aline e Camila (3 anos) nasceram prematuras e exigiram de mim muita dedicação e cuidado, e uma mudança quase radical no meu modo de conduzir as coisas. Com elas necessitava de organização, rotina, ordem.
Nem bem tinha me recuperado desse susto todo e me vi novamente grávida. Aí entrei em pânico. Como iria dar conta de mais um bebê? Em que braço eu iria segurá-lo já que os meus dois já estavam ocupados? Como iria dar conta?
Mas tudo na vida tem um propósito e acredito que Deus só nos dá o frio conforme o cobertor. Letícia, com seus 1 ano e 8 meses, é a alegria da nossa casa. Tenho me virado bem.
Poderia escrever durante horas contando todas as maravilhas que aprendi com os meus filhos, todas as alegrias que tive e tenho com eles, mas meu propósito é outro.
O que eu queria mesmo dizer com esse texto, é que apesar de sempre ter dsejado ser mãe de muitos filhos, nunca fiz planos e preparativos para tê-los. Se fosse planejar, certamente não os teria, pensando nas dificuldades de nossa situação financeira ou dos meus problemas de saúde. Por isso não planejo muito as coisas na minha vida.
Sei que isso para algumas pessoas pode ser inconcebível, uma atitude irresponsável. Mas pra mim, planejar pode significar fechar a porta para imprevistos que podem significar toda a diferença entre uma vida feliz ou uma vida vazia. Se tivesse me planejado, talvez ainda não tivesse sido mãe e não teria tantas razões tão lindas e abençoadas para viver e ser feliz.
Tuka Siqueira
As gêmeas: Aline e Camila, com a mana Letícia
Yasmim e a Tuka
e a galerinha toda: Yasmim, Alysson, Camila, Aline e Letícia!
Essa foi a participação especial da queridíssima Tuka Siqueira, outra preciosidade que o twitter me trouxe, que a qualquer hora trarei pro meu mundo real também. Tuka é uma guerreira, uma pessoa muito especial e querida, é mamãe dessa turminha ai, mantém o Blog Ktralhas onde ela modestamente diz que rabisca, aconselho vocês a visitarem!
